Pausa.
Não, eu não dedico meu tempo a pesquisar os males que essa indústria provoca em nossos corpos, mentes e corações. E, por aqui, não vamos tratar sobre os males, mas sobre sensações que nos aproximam dos benefícios de nos conectarmos com a natureza – nas reflexões que faço a partir de cada experiência no jardim.
Muitas das nossas dores podem ser aliviadas com mudanças de hábitos. Há uma turma que misticaliza demais esse viés natural. Mas é fato que somos o que comemos, vestimos, descartamos, acumulamos – tudo é reflexo do nosso modo de viver. Penso então que: se focarmos em experiências sensoriais agradáveis no convívio com a natureza, logo aprimoraremos nosso modo de viver.
Quantos mecanismos se desenvolvem ao mesmo tempo dentro de cada um de nós? Somos, o tempo todo, estimulados e alimentados por substâncias processadas, em pó, regadas com veneno. O caos. Às vezes, tenho certeza de que o mundo já acabou faz tempo e que fomos esquecidos por aqui nessa terra dividida entre gente bandida e gente iludida.
Optei, na vida, por um foco: o que pode ser feito, o que pode ser belo, prazeroso, próspero. Sem ficar re-contando histórias sobre a destruição geral das nações. Prefiro olhar para exemplos como o da Nova Zelândia – morei lá como intercambista em 1999. Faz tempo que eles mantém bosques, áreas verdes nativas e parques entre as casas em centros urbanos. A horizontalidade das cidades de lá deveria ser exaltada. Eu amo a lei que eles preservam de que é proibido fazer sombra no vizinho antes das 15h porque todos nós temos direito a receber a luz do sol na mesma medida – dessa forma, fica difícil erguer prédios de mais de três andares. Esse conceito é muito aquariano, coletivo. Vanguarda pura. Devíamos olhar mais vezes e com mais atenção para a evolução daquele povo de lá. Não só no que tange a extinção da pandemia de covid19 naquela dupla de ilhas.
Olhemos, sim e sempre, para os nossos defeitos – desde que com o objetivo de solucionar possíveis desconfortos provocados por eles. Como podemos nos sentir mais confortáveis, todos juntos, em nossas peles, em nossas terras, em nossas almas? Como podemos manifestar a tal da imagem e semelhança divina que a nós foi designada no livro mais famoso do mundo?
Eu gosto de fazer isso, de praticar, exercitar, experimentar, de refletir, de acertar e também errar ao olhar e tocar e sentir a natureza. Acho o máximo tentar adivinhar como foram pensadas, escolhidas, formadas e materializadas as cores, formas, perfumes e tudo mais que o homem não desenhou. Me faz um bem danado e contribui enormemente para meu eterno processo de autoconhecimento. Me ajuda demais a fluir, a trabalhar a aceitação, a desapegar de ideias fixas.
Por aqui, então, te convido a conversar, de forma leve e coloquial, sobre todo o sentido de cada ciclo de cada planta, bicho, pedra, água, terra, ar, nesse mundão de meu deus. Por quê? Simplesmente porque me sinto mais conectada com o todo, com essa ideia aquariana, quando sinto a natureza bem pertinho – dentro e fora de mim. O nascer, viver e morrer de cada ser. Os diferentes modos entre eles. As complementaridades. A importância de cada detalhe da constituição física, química, energética e potencial de tudo o que há por aqui e por aí.
Nos falamos na semana que vem!