Cultivar-se: mãos na terra, vínculos que florescem

 

O encontro é precioso, é preciso e, sobretudo, urgente! “A vida é a arte do encontro”, disse o poeta, *”embora haja tanto desencontro nessa vida”.

Se estivermos atentos, não passará um só segundo sem que um encontro potente esteja acontecendo. A maneira como nos colocamos diante dos outros seres — dando e recebendo, agindo e contemplando — faz da vida um processo artístico de cuidado, atenção e criação.

Mas isso tudo demanda tempo: o tempo de cada gesto, o tempo da espera e da escuta. O tempo da urgência. Como o da criança que, ao ver um vaso com uma planta seca na varanda da casinha de brincar, o traz com a urgência que exige o impacto daquela cena. Não se pode deixar o vaso sem vida. Plantemos e cuidemos de uma nova vida. Agora! E todo o grupo do quintal, então, se prontifica a mudar seus afazeres para cuidar de um novo ser.

Este mês, observamos um pequeno grupo de crianças emanando cuidado e encontro como arte. Elas vivem isso à flor da pele no quintal do Cresce: cuidando de sementes e se encantando com a beleza de cada uma; deliciando-se com as mangas colhidas do alto dos galhos (sim, aquelas do alto têm um sabor mais doce — o sabor da conquista!); procurando abóboras e feijões para colhê-los, já maduros e escondidos em seus cantinhos de crescer; criando alegorias para enfeitar o Carnaval que homenageia a Serra do Espinhaço e se maravilhando com sua beleza.

Cultivemos esses pequenos momentos de encantamento e encontro com a terra no quintal.

Texto Tana Guimarães

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